A música ambiente que tocava no auditório da Caixa de Crédito de Oliveira do Hospital - Kicks Joy Darkness -ATribute To Jack Kerouac - parou assim que Tó Trips entrou em palco, vestido com blazer preto e, debaixo de uma salva de palmas, sentou-se e pegou na sua Epiphone eléctrica cadente para nos dar o mote para o que se seguiria, com uma sonoridade que muito deve à escola Dead Combo, ou melhor dizendo, à escola Tó Trips, himself.
Tiago Gomes, entra discretamente pelo lado direito do palco, vestido de fato-macaco azul com chapeu à cowboy vermelho - um must - Pela Estrada Fora na mão, e lança as primeiras palavras que Kerouac escreveu à 51 anos.
Raquel Castro, discreta como o vídeo-beat-retalho que elaborou, servindo de base visual ao espectáculo, filma e fotografa a performance para registo futuro.
O meu Relicário Kerouac, juntamente com 4 edições diferentes de Pela Estrada Fora, uma delas de 1960 (obrigado Nuno) ficou esquecido no lado esquerdo do palco, como que à espera de uma segunda hipótese, que brevemente decerto chegará.
O público, em número suficiente para compor o auditório, sentado calmamente, apreciava estes 2 senhores da cultura moderna portuguesa. No fim uma salva de palmas entusiasmante ecoou pela sala, ficando uma sensação de pura magia no ar.
Todos gostámos. Eles gostaram. Desde as sandes de presunto com mines ao fim da tarde até à festa que se estendeu pela noite dentro.
Para mim, fica registado o sentido obrigado aos artistas, as conversas informais ao estilo fan e a certeza de ter assistido a um espectáculo-homenagem puro que faz justiça à vida e obra de Kerouac. Até breve! Salvé!
