A cada vez mais influente editora londrina Hyperdub, pertença do produtor Steve Goodman, mais conhecido pelo pseudónimo Kode9, conta agora com mais uma figura de peso, o também londrino Burial. De Burial que, a par com Kode9, traça as novas coordenadas do dubstep, género musical recente e emergente baseado nos princípios do dub, drum’n’bass ou uk garage, nada se sabe, já que o produtor prefere estar anonimamente presente, como que a dizer que o mais importante é a sua criação artística e nada mais.
Parece que Burial construiu "BURIAL", o disco, utilizando um antigo software de produção musical, coisa que com o avanço interminável da tecnologia parece desapropriado, mas o efeito conseguido é arrebatador. Razão tem a revista WIRE em afirmar ser este já um dos discos do ano. O que aqui ouvimos é predominantemente instrumental, cinemático, nostalgicamente denso, predominado pelo negro dos graves e pelo som característico do vinilo gasto, juntamente com a desaceleração de breakbeats, dando-nos uma constante sensação de tensão. Imaginamos uma cidade submersa num registo sci-fi.
Aqui o ruído seduz e serve de pano de fundo para o cadenciar do dub, descontínuo, libertário. Pelo "meio" temos Spaceape, o homem das palavras da Hyperdub. Potente voz grave que debita poesia urbana urgente. "We are hostile aliens..." Vítor Belanciano, do jornal Público, referiu-se a "BURIAL" como "o murmúrio mais profundo das grandes metrópoles, um disco feito de silêncios tumultuosos". Está tudo dito. Este é um dos álbuns do ano.
Parece que Burial construiu "BURIAL", o disco, utilizando um antigo software de produção musical, coisa que com o avanço interminável da tecnologia parece desapropriado, mas o efeito conseguido é arrebatador. Razão tem a revista WIRE em afirmar ser este já um dos discos do ano. O que aqui ouvimos é predominantemente instrumental, cinemático, nostalgicamente denso, predominado pelo negro dos graves e pelo som característico do vinilo gasto, juntamente com a desaceleração de breakbeats, dando-nos uma constante sensação de tensão. Imaginamos uma cidade submersa num registo sci-fi.
Aqui o ruído seduz e serve de pano de fundo para o cadenciar do dub, descontínuo, libertário. Pelo "meio" temos Spaceape, o homem das palavras da Hyperdub. Potente voz grave que debita poesia urbana urgente. "We are hostile aliens..." Vítor Belanciano, do jornal Público, referiu-se a "BURIAL" como "o murmúrio mais profundo das grandes metrópoles, um disco feito de silêncios tumultuosos". Está tudo dito. Este é um dos álbuns do ano.
Burial, "BURIAL", Hyperdub, 2006
in S_21 / Outubro 2006
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