(cliquem nas imagens)
1 – Lançaste Crepúsculo em 2006, totalmente tocado ao piano, numa perspectiva intimista, e agora The Western Lands em que fazes imenso uso da guitarra eléctrica
O propósito do disco.
Quando decidi que queria fazer um disco sobre o livro, tinha uma ambiência na cabeça que ia de encontro a uma abordagem mais “western americano” em contra ponto com sonoridades orientais, místicas e de certo modo transcendentais. A guitarra pareceu-me o instrumento adequado para essa abordagem. Além de que a ideia e os primeiros passos da concepção deste disco foram tomados quando estava a trabalhar na Ilha de Tavira, no bar dos meus tios. Não sei se alguma vez foste à ilha de Tavira. É uma ilha com uma extensão de 12 quilómetros, bastante inóspita, com uma zona de dunas bastante selvagem e eu quando saia dedicava-me a ir para as dunas tocar guitarra e ler, usufruir do silêncio total. Essas experiências levaram-me a desenvolver mais a minha abordagem à guitarra como instrumento “só” e ao mesmo tempo estava no ambiente perfeito para o que o livro me transmitia.
Ficou a magnífica experiência de conhecer e tocar com a Sandra. Que é uma pessoa que admiro muito pela sua espontaneidade, sinceridade e transparência. Acho que a mistura das duas abordagens resulta num disco bastante coeso até
Absolutamente. É um livro labiríntico, de um ritmo e narrativa absolutamente fascinantes. Segue alguns dos cânones da escrita do Burroughs, mas em comparação com os outros dois livros que já li, Junkie e Naked Lunch, é sem dúvida o que mais me fascinou. O seu ambiente onírico, a sua magnificência enquanto relator da sociedade actual e das suas subversões e perversões, a mitologia egípcio que lhe confere um lado místico. Tudo isto me fascina imenso neste livro.
Foi a par e passo com a leitura. Fiz uma primeira leitura da qual confesso que não ficou grande coisa. Quando voltei ao livro a segunda vez é que me bateu fortemente. Depois fiz alguns temas, e durante a terceira leitura conclui o disco enquanto gravava.
Antes de mais pretende reflectir a minha visão do livro. Que poderá ter outras leituras. Não pretende ser narrativo, nem espero que as pessoas oiçam o disco enquanto lêem o livro, ou algo do género. Funciona principalmente como inspiração.
Sem dúvida que sim. Achei que precisava de ter alguém de fora a dizer-me que apreciava o trabalho que tinha desenvolvido e a querer apostar nele. Para mim foi um processo muito importante. Ao mesmo tempo que tenho como objectivo alargar as fronteiras e abrir portas para poder ir viajar e tocar ao resto da Europa.
7 – Estás satisfeito com a recepção do disco ou ainda é cedo para falar disso?
Estou bastante surpreso. Quando o acabei tive a sensação que estava a fazer algo bastante diferente do que tinha mostrado até hoje às pessoas e estava crente que ninguém ia gostar dele. Acontece que tenho recebido reacções positivas e isso deixa-me feliz.
Estou a tentar movimentar-me. Tenho 2 datas apontadas para Espanha e tenho estado a tentar encontrar quem queira fazer coisas em França e Alemanha. É esperar e ter sorte..
Paradíssima. Decidi que me ia dedicar a 100% ao trabalho a solo. É mais fácil trabalhar sozinho, tenho mais tempo e dedico-me mais afundo.
Ansiedade, não posso explicar porquê, em breve talvez saibam.. ;)
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